Caso Genivaldo: Após 11 dias de intensas sessões, júri define hoje o veredito
Nesta sexta-feira (6), o julgamento dos três ex-policiais rodoviários federais acusados pela morte de Genivaldo de Jesus Santos chega ao fim após 11 dias de intensas sessões no Fórum Ministro Heitor de Souza, em Estância (SE). O Tribunal do Júri realiza hoje a última etapa: os debates entre acusação e defesa, com duração estimada de nove horas. Na sequência, os jurados decidirão se os réus serão absolvidos ou condenados, e o juiz federal Rafael Soares fará a leitura da sentença.
Julgamento marcante
Ao longo do processo, 30 testemunhas e seis peritos foram ouvidos, enquanto sete testemunhas e uma perita foram dispensadas. Os interrogatórios dos réus foram realizados nos últimos dois dias: William Barros Noia foi ouvido na quarta-feira (4), e Paulo Rodolpho Lima Nascimento e Kléber Nascimento Freitas prestaram depoimentos ontem (5).
Os debates de hoje serão abertos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela assistência de acusação, com 2h30 para apresentação das teses. A defesa terá o mesmo tempo para expor seus argumentos, e poderá haver réplica e tréplica, totalizando até nove horas de discussão antes que o veredito seja definido pelos jurados.
Entenda o caso
Genivaldo de Jesus Santos morreu em maio de 2022, durante uma abordagem policial em Umbaúba (SE). Ele foi colocado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, transformado em uma "câmara de gás" improvisada, onde inalou spray de pimenta e gás lacrimogêneo. O caso, gravado por testemunhas, ganhou ampla repercussão nacional e gerou debates sobre violência policial e direitos humanos.
Os réus respondem por tortura e homicídio triplamente qualificado. A acusação sustenta que houve abuso de poder e extrema crueldade, enquanto a defesa argumenta que os policiais não tinham intenção de matar.
Durante os 11 dias de julgamento, familiares de Genivaldo estiveram presentes no fórum, em busca de justiça para a morte de um marido e pai que era portador de transtorno mental. A viúva e o filho de Genivaldo, que têm sido símbolos de força e resiliência, esperam que o desfecho do julgamento traga respostas e justiça.
Ainda hoje, o Brasil deve conhecer o veredito de um caso que provocou reflexões profundas sobre o papel das forças de segurança e os direitos dos cidadãos. A sentença marcará o desfecho de um processo que ecoou em todo o país.
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