Ex-policiais da PRF são condenados pela morte de Genivaldo Santos; caso chocou o Brasil
Após 11 dias de intensas sessões no Tribunal do Júri, os três ex-policiais rodoviários federais acusados pela morte de Genivaldo de Jesus Santos foram condenados nesta sexta-feira (6) por tortura seguida de morte e homicídio triplamente qualificado. O veredito foi anunciado no Fórum Ministro Heitor de Souza, em Estância (SE), pelo juiz federal Rafael Soares, que também aplicou as penas aos réus.
Paulo Rodolpho Lima Nascimento foi condenado a 28 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado. Já Kleber Nascimento Freitas e William Barros Noia receberam penas de 23 anos, um mês e nove dias de prisão, cada um, por tortura seguida de morte.
Os jurados reconheceram as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF): motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Genivaldo de Jesus Santos morreu em maio de 2022, após ser colocado no porta-malas de uma viatura da PRF durante uma abordagem no município de Umbaúba (SE). No interior do veículo, transformado em uma "câmara de gás" improvisada, ele foi exposto a spray de pimenta e gás lacrimogêneo, sem possibilidade de defesa. As imagens do crime, registradas por testemunhas, geraram ampla indignação e repercussão nacional.
A viúva e o filho de Genivaldo acompanharam o julgamento de perto e manifestaram alívio com o desfecho. “Essa sentença não traz o Genivaldo de volta, mas é uma vitória para a nossa família e para todas as pessoas que clamam por justiça. Espero que isso sirva de exemplo para que nenhuma outra vida seja perdida dessa forma”, afirmou a viúva.
O caso ganhou cobertura dos principais veículos de comunicação do país e reacendeu debates sobre racismo, abuso de poder e violência policial no Brasil. Organizações de direitos humanos celebraram a condenação como um marco importante, mas reforçaram a necessidade de mudanças estruturais nas forças de segurança.
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