O Esplendor do Carnaval de Estância: Uma Celebração de Tradição e Cultura Popular

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Estância,12/03/2025

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O Esplendor do Carnaval de Estância: Uma Celebração de Tradição e Cultura Popular

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O Esplendor do Carnaval de Estância: Uma Celebração de Tradição e Cultura Popular Kcleiton Divo

O coração de Sergipe pulsa no compasso do samba. Na última terça-feira de Carnaval, Estância reafirmou seu título de "berço da cultura sergipana" com um desfile de escolas de samba que encantou o público e exaltou uma tradição de mais de 50 anos. A avenida transformou-se em um verdadeiro espetáculo de cores, música e emoção, onde os carnavalescos, mestres-salas, porta-bandeiras, ritmistas e alas brilharam, trazendo à tona histórias e homenagens que reforçam a importância de preservar essa manifestação cultural.

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O público, tomado pelo entusiasmo, vibrou a cada escola que cruzava a avenida. Nos intervalos, a animação ficou por conta das tradicionais marchinhas carnavalescas, entoadas por músicos locais, garantindo que a festa nunca perdesse o ritmo. Foi uma noite de pura celebração, onde a cultura popular ganhou vida em um desfile marcado pela criatividade, devoção e resistência cultural.


Amantes do Samba: Memórias, Fé e Tradição na Avenida


A escola Amantes do Samba encantou o público com um desfile emocionante, trazendo como enredo um resgate da memória cultural e social de Estância. A comissão de frente abriu a apresentação com o tema “Sulgipe”, representando a importância da antiga empresa para o desenvolvimento da cidade. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Simone Rocha e Elenaldo, brilhou ao carregar o pavilhão da escola, em uma coreografia que emocionou o público.


A primeira ala, “Vila Operária”, destacou os trabalhadores que ajudaram a construir a história da cidade, enquanto o carro abre-alas “A Fé que nos Conduz” homenageou Dona Angelina, conhecida por decorar a Igreja Santa Cruz com flores. O desfile seguiu com alas e destaques que exaltaram figuras e momentos marcantes da cidade, como a saudosa festa do Cassino e a paixão pelo samba.


A bateria, regida pelo maestro Marciel de Jesus, levantou a arquibancada com sua cadência precisa e contagiante. As cores azul, vermelho e branco dominaram a avenida, enquanto a rainha de bateria, Raiana Mendonça, mostrou todo seu carisma e samba no pé. O desfile foi encerrado com o carro “Palco dos Balouartes Mangueirenses”, uma homenagem a grandes personalidades que ajudaram a construir a história do samba na cidade, reforçando a importância de manter viva essa tradição.



Império do Samba: Fé, Sincretismo e Devoção a São Cosme e São Damião


A Império do Samba trouxe para a avenida um espetáculo de fé e cores com o enredo "A Festa dos Santos Gêmeos", homenageando São Cosme e São Damião e os Ibejis, figuras do candomblé associadas à proteção das crianças. A comissão de frente, coreografada por Odilon Oliveira, representou a chegada da alegria e da festa, preparando o público para uma viagem pela devoção e pelo sincretismo religioso.


O carro abre-alas, "A Festa dos Santos Gêmeos", trouxe uma explosão de cores e doces, remetendo às tradicionais distribuições feitas em homenagem aos santos. A ala das baianas, "As Mães do Caruru", trouxe trajes típicos e reverenciou as mulheres que mantêm viva essa tradição. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, José Alcides e Maria do Carmo, representou o sincretismo religioso, transmitindo uma forte mensagem contra a intolerância.


A bateria, comandada pelo mestre Adenilson da Conceição (Cride Fogueteiro), embalou o desfile com um ritmo envolvente, enquanto a rainha da bateria, Paula (Paulinha), brilhou à frente dos ritmistas. A ala infantil, "A Pureza e a Esperança", emocionou o público ao destacar o futuro da festa e das tradições.


O destaque de solo, Wagner Augusto (Babalu Bombardy), simbolizou a doçura e a generosidade que caracterizam a festa de São Cosme e São Damião, espalhando alegria pela avenida. O desfile foi encerrado com uma grande celebração à fé e à cultura, reforçando a importância do respeito às tradições religiosas e ao patrimônio cultural imaterial.



Acadêmicos do Bem Viver – Laroyê: O Encanto da Fé


A Acadêmicos do Bem Viver trouxe para o desfile o enredo “Laroyê: O Encanto da Fé”, um tributo à religiosidade e aos mistérios das entidades afro-brasileiras. Sob a presidência de Clemisson Cardoso e a vice-presidência de Juninho Junior, a escola encantou o público com suas alegorias e com o samba-enredo de Adonnys Diniz, que levou a Avenida a um estado de pura magia e devoção.


A comissão de frente, com destaque para Exu, iniciou o desfile com uma coreografia que representava a conexão com a terra e o sagrado. A primeira alegoria, Exu Abre Caminhos com o Seu Padê, trouxe o poder das divindades para abrir os caminhos da festa. Na segunda alegoria, O Castelo dos Mistérios, o público foi envolvido na grande festa com a presença marcante de Exu Sete Saia, Mariana Michele, e Exu Caveira, Alysson Lima. Já o Oráculo e Seus Mistérios foi tema da ala das crianças, onde Exu foi celebrado como a festa e alegria.


A bateria, comandada por Renildo Reis, esquentou o ambiente com o samba que contagiou a todos, trazendo à tona a energia de uma noite memorável.


União Quilombola – Mancha Negra, Lágrima Azul: O Grito dos Oceanos


A União Quilombola, com o enredo “Mancha Negra, Lágrima Azul: O Grito dos Oceanos”, trouxe um tema de grande relevância ambiental. Com uma comissão de frente impactante, representando a vida nos mares antes da mancha de destruição provocada pelo petróleo, a escola, sob a direção de Bismayck e a coordenação de Giovana Victória, expressou sua força em defesa do meio ambiente.


O desfile destacou a beleza dos oceanos e, ao mesmo tempo, o impacto da destruição causada pela extração do petróleo. O carro abre-alas, representando uma plataforma de petróleo no meio do oceano, causou um impacto visual de arrepiar. Na segunda ala, O Capitalismo Selvagem, a escola fez um protesto contra a exploração desenfreada da natureza, enquanto a ala das baianas trouxe uma crítica sobre a queda da economia e o racismo ambiental.


A bateria de Bismayck e a rainha e rei de bateria, Thais Voices e Teco, levaram ao público uma energia de protesto, mas também de esperança pela preservação ambiental. O desfile teve a intenção de alertar sobre a importância da conscientização para salvar os mares e construir um futuro sustentável.


O desfile das escolas de samba de Estância mais uma vez provou ser um dos momentos mais vibrantes do Carnaval sergipano. Mais do que um espetáculo visual, a festa é um testemunho vivo da riqueza cultural da cidade, onde passado e presente se encontram na cadência do samba.


Preservar essa tradição é garantir que futuras gerações possam se reconhecer na cultura popular, nas histórias cantadas pelos enredos e nos batuques que ecoam pela avenida. Em tempos de constantes mudanças, o Carnaval de Estância segue como um símbolo de resistência e identidade, provando que a cultura pulsa forte no coração do povo sergipano.





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